No roteiro ecológico,
rios de águas cristalinas, sobre a cobertura da imponente diversidade da Mata
Atlântica, som de pássaros e o convívio mais próximo com a natureza.
O verde exuberante da mata e o cinza da densa neblina dão à
Paranapiacaba uma atmosfera especial e peculiar ao público que visita a região.
É nessa atmosfera que as atividades eco turísticas são exploradas. O pequeno e
calmo Rio das Onças, encravado no alto da Serra do Mar, se encontra com o
Córrego das Pedras mais especificamente na região chamada de Vale da Morte.
Logo em seguida, a paisagem mostra uma das muitas curiosidades e aventuras da trilha:
uma cachoeira de 130 metros de altura. Essa paisagem desperta aos turistas o
porquê o apelido de “fumaça”, deixando a resposta somente para quem realmente têm
prazer e a sorte de desfrutar da trilha.
Imagem 1 – Topo da Cachoeira da Fumaça (Imagens: André
Pimentel e Diego Cardoso)
A região de Paranapiacaba tem mostrado seu talento para trilhas desde séculos passados. Sobre aquelas terras íngremes da Serra do Mar passaram índios sul-americanos que cruzavam o Caminho do Peabiru em direção aos Andes, insistentes padres jesuítas que subiam até o Planalto de Piratininga (que anos mais tarde seria conhecido como São Paulo), trabalhadores europeus que ajudariam a escrever a história ferroviária do Estado, e agora, milhares de turistas e amantes da natureza apaixonados por aventuras radicais.
As curiosidades começam nas cachoeiras, mas os mirantes, relevo, vegetação, fauna, o vale, os rios, lagos, prainhas, o silêncio, as águas, as rochas, a paisagem, da rodovia até um pouco além das torres de alta tensão, a trilha atravessa uma propriedade particular desmatada há muito tempo atrás, para a instalação de uma indústria de plásticos.
Imagem 2 – Linhas de Transmissão Elétrica em Paranapiacaba (Imagens: André Pimentel e Diego Cardoso)
O mais interessante é que os brejos e atoleiros são formados pela umidade e pelo pisoteio em solo argiloso repleto de poças d’água. Escorrega, gruda e afunda: parece ser perigoso, mas, segundo muitos turistas, vale muito a pena se sujar e participar dessa aventura.
Imagem 3 – Atoleiro na Trilha da Cachoeira da Fumaça
em Paranapiacaba (Imagens: André Pimentel e Diego Cardoso)
Regeneração da
floresta
É muito interessante vislumbrar a forma com que a natureza
busca o seu equilíbrio através dos estágios de sucessão da vegetação, com
espécies emergentes de grande porte, despontando em alguns pontos, entre os arbustos,
ou sobre os descampados. Essa vegetação é chamada de campo sujo. O barulho incomum
e estranho que vêm das torres de transmissão de energia dá até medo. Impressiona
aqueles que não estão habituados, mas nada que impeça de continua a aventura.
A descida ao pé da Cachoeira da Fumaça é para quem gosta de adrenalina. Principalmente se tiver chovido! A última parte da trilha para a Cachoeira da Fumaça é uma descida super inclinada, por uma cicatriz de escorregamento paralela à cachoeira. Não há raiz, árvore e nem nada para se segurar, o único jeito é confiar no quinto apoio (vulgo bumbum, rs!) e se arrastar sentado morro abaixo.
A cachoeira revela seus deslumbrantes 130 metros de queda em uma espécie de escadaria do rio, sobre vários patamares de rocha. As chuvas na serra dão mais volume e beleza à queda d’água. Diante dessa aventura, a sensação de liberdade é constante na trilha. Algo que vale, e muito a pena conferir. Trata-se de uma experiência para vida toda, e pra quem gosta de aventura e natureza é um prato cheio.
Imagem 4 – Início do último trecho da Cachoeira da Fumaça
em Paranapiacaba (Imagens: André Pimentel e Diego Cardoso)
Segundo o estudante de turismo na universidade paulista
(UNIP) Joel Liberty de Souza, veio da capital paulista para conhecer as belezas
da região e atesta que a cachoeira deixa toda sua imaginação ir às alturas. “Nunca vi nada igual! É tudo tão real e próximo
da natureza que passaria semanas aqui procurando algo novo, e mais bonito, mas tenho
certeza que não encontraria”.
Diante de tanta inspiração e admiração, o estudante - aventureiro destaca como a vila faz bem ao Brasil. “Conheço vários lugares, mas só de pisar em Paranapiacaba sinto uma energia boa; O desenvolvimento de São Paulo passou por aqui. Aliás, impossível não passar por aqui, quando se trata de aventuras (risos)”.
Paranapiacaba tem diversas trilhas no meio da Mata Atlântica para fazer, mas o monitor Guilherme Pontes, que há mais de dez anos organiza as “expedições da aventura”, como chama as trilhas, destaca a importância de não fazê-las sozinho: “Tem sempre alguém que acha que não precisa de ajuda, mas quando você não conhece bem o lugar é sempre bom contar com a ajuda de um profissional; Infelizmente já tivemos caso até de morte, é sempre bom está atento”.
Segundo o guia, as trilhas da região não contam com nenhum apoio ou fiscalização por parte do poder público. Vez ou outra há turistas que se arriscam sozinhos e acabam se perdendo nas matas. Qualquer apoio seja da Polícia Militar, ou da Polícia Ambienta ou até mesmo do Corpo de Bombeiros é sempre muito demorado, pois a região não conta com um efetivo muito grande na localidade. Muitas vezes são os próprios guias e monitores turísticos quem fazem trabalhos de buscas há grupos que eventualmente desaparecem na mata. Só quando o caso é grave, é solicitado o apoio da Polícia, e que muitas vezes é bem limitado.
“Como em qualquer passeio é essencial se preparar com
antecedência, além de ter colaboração de um profissional experiente, mesmo que o
turista esteja habituado à prática dos esportes de aventura. Sempre se deve
realizar uma pesquisa da região, e contar com todos os materiais de segurança,
para disfrutar de um ótimo passeio”, enfatiza Pontes, sobre os cuidados aos
praticantes que desejam curtir as trilhas da região. Paranapiacaba faz parte
deste imenso Brasil. Por isso, não deixe de conferir um lazer barato e
divertido e tão pertinho da capital paulista.
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